
Miranda do Douro “tudo fará” para que EDP pague impostos da venda de barragens
3 de Março, 2023
Movimento de Miranda reitera que a EDP deve pagar os impostos da transação de barragens.
6 de Março, 2023A EDP anunciou, pelo seu presidente, que nos próximos quatro anos, fará um investimento global de 25 mil milhões de euros e alcançará um resultado líquido global de 1,4 a 1,5 mil milhões de euros em 2026, o que implica um crescimento médio anual do lucro de 12% a 14%.
Desejamos boa sorte. Esperamos e queremos que os objetivos da EDP se cumpram, por duas razões:
• porque as experiências recentes do BES, do BPN, da TAP e da PT mostram que quando as coisas correm mal no investimento de grandes empresas, quem acaba a pagar a fatura são sempre os contribuintes portugueses.
• porque os bons resultados da EDP são a garantia de que terá recursos financeiros para pagar os retroativos do IMI e os impostos devidos com a venda das 6 barragens na bacia do Douro. Apesar disso, o Presidente da EDP mostrou-se reticente quanto ao pagamento dos impostos que a empresa deve, incluindo mesmo o pagamento do IMI. Este comportamento só se compreende porque a EDP construiu o seu império na base do privilégio, dos favores e de outras conivências indecorosas, que lhe permitiram, nomeadamente, nunca ter pago IMI, como devia, desde sempre. Parece que a EDP e o seu presidente ainda não compreenderam que os tempos mudaram.
Os cidadãos da Terra de Miranda e os Portugueses em geral já não toleram que alguns se continuem a comportar como os donos disto tudo.
Nós queremos empresas comprometidas com o desenvolvimento dos territórios onde exploram os recursos naturais.
Alguém compreende que uma empresa que prevê ter lucros de 1,5 mil milhões de Euros não queira pagar o IMI, que corresponde a menos de 0,5% sobre o valor patrimonial tributário dos edifícios das barragens? Porque é que a EDP se acha acima
dos restantes cidadãos? Nós queremos empresas com sentido de responsabilidade social.
Alguém aceita que uma empresa que obteve um lucro de 2200 milhões de euros com a venda das 6 barragens na bacia do Douro mascare a operação de transmissão para não pagar qualquer imposto?
Nós queremos empresas em que os resultados valham pela excelência da gestão e não por conivências espúrias.
Alguém aceita que a maior empresa portuguesa procure lucrar com os privilégios, os benefícios fiscais, o tratamento de favor, em vez de cultivar o rigor, a eficiência e a excelência da gestão?
Alguém aceita que uma empresa que tem um plano de investimento de 25 mil milhões de euros, que antecipa lucros de 1,5 mil milhões de euros, tudo faça para evitar o pagamento dos impostos devidos? Será que a administração da EDP não percebe que a opinião pública e até os investidores penalizam o calote e a irresponsabilidade social? A EDP deve regularizar a complicada situação tributária em que se meteu. Em nome do decoro e do sentido de esponsabilidade social apelamos a que paguem os impostos devidos com a venda das 6 barragens e não se eximam ao pagamento do IMI.
Terra de Miranda, 5 de março de 2023