
Sobressalto cívico pela sobrevivência da Terra de Miranda
14 de Setembro, 2025
Sobressalto Cívico pela Terra de Miranda A Terra de Miranda está a morrer
28 de Setembro, 2025É urgente repensar a construção de dois matadouros na Terra de Miranda
Com enorme apreensão e sentido de responsabilidade, alertamos publicamente para a insensatez da decisão dos executivos camarários de Miranda do Douro e de Mogadouro de avançarem, cada um, com a construção de um matadouro de raiz.
As decisões dessas construções foram tomadas sem que exista, até ao momento, qualquer estudo de viabilidade económica conhecido que sustente a construção de um só matadouro — quanto mais de dois.
Estamos perante investimentos de viabilidade mais do que duvidosa, que não só colocam em causa a boa gestão dos recursos públicos, como expõem a Terra de Miranda ao ridículo de autarcas que, em vez de se unirem em torno de soluções complementares, escolhem o caminho da divisão e da duplicação inútil.
O elevado valor dos investimentos anunciados obrigará os contribuintes da Terra de Miranda a terem de andar a pagá-los durante muitos anos. E a quase certa falta de rentabilidade, agravada pela curta distância de apenas 20 Km entre ambos, gerará prejuízos adicionais que terão de ser pagos pelos mesmos.
Ao mesmo tempo que se desperdiçam estes milhões de euros, a raça Mirandesa está em perigo de extinção e nada se faz para a proteger.
Mais grave ainda é que tais decisões são tomadas quando existem alternativas de investimento sólidas, justas e há muito reclamadas. O exemplo mais gritante é o apoio à Cooperativa Agrícola Ribadouro, promessa repetidamente feita e repetidamente adiada, apesar da sua comprovada viabilidade económica e do impacto real que teria na vida de inúmeros agricultores da região. Estes homens e mulheres, que sustentam com o seu trabalho a Terra de Miranda, veem agora em risco os recursos que lhes eram devidos, sacrificados em nome de obras de fachada sem futuro.
Apelamos, por isso, com toda a veemência, a que os autarcas de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso deixem de lado rivalidades estéreis e protagonismos míopes, e passem a agir como verdadeiros servidores do povo que representam.
Sendo por demais evidente que apenas um matadouro é suficiente para responder às necessidades dos três municípios, apelamos a um entendimento entre eles, quanto à utilidade a dar a um dos edifícios.
Os recursos públicos são escassos e sagrados, e devem ser investidos apenas naquilo que tem sentido, que acrescenta valor e que garante a sustentabilidade económica e social da nossa terra.
É tempo de maturidade. É tempo de união. É tempo de escolhas que honrem o futuro da Terra de Miranda.
Terra de Miranda 22 de setembro de 2025


