PRIVILÉGIOS
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14 de Maio, 2023O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) vem exigir ao Governo que seja reposta a ferrovia na Terra de Miranda e em Trás-os-Montes.
O Estado Português cometeu uma tremenda injustiça histórica quando encerrou as três linhas férreas de Trás-os-Montes (a Linha do Sabor em 1988, a Linha do Tua em 2008 e a Linha do Corgo em 2010).
A ferrovia foi, ao longo de cerca de 100 anos, o principal meio de transporte de passageiros e de mercadorias em Trás-os-Montes. O encerramento dessas linhas produziu um efeito desestruturante e destruidor da mobilidade e da economia transmontana, e foi uma das primeiras causas da quebra da produção agrícola e do despovoamento deste território.
Esse encerramento foi também discriminatório para com as nossas populações, porque se baseou na falta de rentabilidade da sua exploração das linhas, que, como todos bem sabemos, é comum a todas as que se mantiveram em exploração.
Esse encerramento foi ainda uma medida violadora do princípio constitucional da coesão territorial.
Exigimos também ao Governo que efetue uma análise cuidadosa do estudo da construção de uma linha férrea de alta velocidade ligando Porto a Zamora, através da Terra de Miranda, recentemente apresentado pela Associação Vale d’Ouro.
Mais exige este Movimento que seja feito um estudo comparativo entre a opção Porto-Vila Real-Bragança-Terra de Miranda-Zamora e a opção Aveiro-Salamanca.
Tendo analisado cuidadosamente o estudo apresentado pela Associação Vale d’Ouro, louvamos o trabalho dos cidadãos que generosamente o elaboraram como contributo de cidadania, que é um exemplo para todos os portugueses e que mostra como a sociedade civil pode ter um papel determinante no nosso destino comum.
Esse estudo mostra que a opção Porto-Zamora é, não só a mais rentável, como também a mais eficiente e ainda a mais justa.
O MCTM apela a todos os eleitos locais e nacionais, em especial da região norte, e particularmente de Trás-os-Montes, para que se unam numa exigência determinada, firme e continuada, para que, com a máxima rapidez, a ferrovia seja devolvida à nossa região. Apelamos também a todos os cidadãos para que se juntem nesta exigência e assim conseguirmos acabar com a discriminação de que a nossa região é vítima.
Terra de Miranda, 26 de abril de 2023